Angélica fala sobre como os filhos lidaram com sua menopausa: “Em casa, os relatos são intensos”
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Photo: Marlucia Leão |
Durante a Bienal do Livro de 2025, realizada no Rio de Janeiro, a apresentadora Angélica compartilhou como sua família, especialmente seus filhos, enfrentou o período do climatério — fase que antecede a menopausa e que pode trazer diversas mudanças físicas e emocionais para a mulher.
O relato foi feito durante um painel ao lado da escritora Thalita Rebouças e da endocrinologista Isabela Bussade, no Palco Apoteose Shell. Questionada sobre como os adolescentes podem se relacionar com as mães nesse momento, Angélica relembrou sua experiência pessoal com franqueza e bom humor.
“Os depoimentos lá em casa são pesados”, brincou. “Eles fazem piada, me zoam nos almoços de família, lembram de histórias que eu nem sabia que eles tinham percebido. Na época, ficavam calados, quietos diante das minhas crises de nervos.”
Apesar dos desafios, Angélica destacou que a família enfrentou a fase com leveza e compreensão.
“Se eu pudesse dar um conselho, seria: façam como meus filhos. Respirem fundo, não discutam, não reclamem. Passa.”
Ela ressaltou que os efeitos do climatério não afetam só quem os sente diretamente, mas também todos ao redor. “É uma fase difícil para todo mundo. Mas passa. Os rompantes vêm, e logo vão embora.”
“Tive todos os sintomas possíveis”
Angélica contou que os primeiros sinais surgiram aos 43 anos, indicando um climatério precoce. Inicialmente, ela não entendeu o que estava acontecendo, já que o assunto ainda era pouco discutido, especialmente entre figuras públicas.
“Tive ondas de calor, alterações no corpo, irritabilidade e insônia. Marquei todos os sintomas”, disse. “No início, fui a um médico que não soube lidar com o caso, e eu também não procurei outra opinião. Ficava só nos chás e tratamentos naturais, que não funcionavam.”
A mudança veio quando buscou ajuda especializada. “Procurei um endocrinologista, depois uma ginecologista, e comecei a reposição hormonal. A vida mudou. Com informação e diagnóstico certo, tudo teria sido mais leve.”
Ela também falou sobre o tabu em torno da menopausa.
“Algumas amigas me disseram para não contar para o meu marido, como se isso fosse o fim da mulher. Me alertavam: ‘Não diz que está com calor’. Existe essa ideia de que a mulher se torna invisível ao entrar na menopausa.”
Para Angélica, entender o que está acontecendo faz toda a diferença:
“Não estou dizendo que é uma fase maravilhosa, mas quando você compreende o que está vivendo, tudo fica mais suportável.”
Thalita Rebouças compartilha experiência parecida
A escritora Thalita Rebouças também dividiu sua vivência com o climatério, que começou aos 45 anos, durante a pandemia.
“Suava tanto que molhava o colchão. Depois vinha um frio absurdo. Como a Angélica disse, ninguém falava disso. Ninguém mesmo.”
Ela relatou que, no início, achou que estava passando por crises de pânico. “Minha memória começou a falhar. Também tive todos os sintomas.” Ao contrário de Angélica, Thalita procurou várias opiniões médicas — passou por sete ginecologistas até ser indicada para Isabela Bussade pela atriz Ingrid Guimarães.
Para ela, o diálogo entre mulheres é essencial. “Cada uma tem uma necessidade específica, não existe uma solução única.”
Com base em declarações públicas durante o painel da Bienal do Livro 2025, Rio de Janeiro. Por: Amanda Oliveira e Camila Pergentino
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